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Foto do escritorSer Magia

Pausar: a arte de saber respeitar a melodia da vida nas suas pausas


É final de dia. O sol começa a pôr-se no oceano, os pássaros recolhem aos seus ninhos, as flores começam a fechar as suas pétalas. Escrevo este texto também num sentimento de recolhimento. Sinto que o estou a escrever exatamente no melhor momento do dia. Não foi propositado, foi quando teve de ser, como todas as minhas escritas de alma assim o são. Escrevo sempre para mim e para ti aquilo que estou a sentir no momento presente e este tão importante, não é exceção.


Faço uma pausa para me sentir, para ouvir os sons dos pássaros à minha volta e sorrio. A vida é tão bonita. Vida esta que nos ensina através dos seus ciclos, dos seus ritmos, dos seus tempos. Dos momentos em que temos de brilhar quando interpretamos notas musicais e dos momentos em que temos igualmente de brilhar, quando temos de interpretar as pausas. Em qualquer que seja a partitura de uma sinfonia, a música só faz sentido quando respeitamos as pausas que nela surgem. Em qualquer que seja o momento, a vida só faz sentido quando respeitamos o nosso corpo físico, mental e espiritual e quando este nos pede igualmente para pausar.


Ao longo destas últimas semanas, este meu corpo holístico tem-me dado vários sinais que precisa de um maior recolhimento, que precisa de mais atenção. No meu caso, os sinais são acima de tudo cansaço e ansiedade, sendo que recentemente ando mais emocionada. Apesar de continuar a menina alegre, feliz e cheia de vontade de estar sempre presente para o outro, estes sinais são evidentes. E é aqui que entra a magia. Nós vimos a esta vida ensinar aquilo que precisamos de aprender e somos os primeiros a ser testados. Eu estou a ser testada neste momento. E mais uma vez sorrio e agradeço por tal acontecer. Só consigo dar o melhor a ti e aos outros, se me recolher, se me conectar com a minha alma e coração e lhe questionar - o que precisas?, -que mensagem me estás a querer transmitir? E as respostas a estas questões, ao fim de algum tempo, têm respostas coesas, se eu respeitar as pausas da partitura da minha vida, para me encontrar cada vez mais. Pausa, recolhimento,…é tão bonita a vida, não é? Quando tomamos esta consciência que tudo, absolutamente tudo, tem o seu tempo divino para acontecer.


Porque se o meu corpo já começa a dar sinais físicos e mentais que preciso de criar mais pausas na partitura da minha vida, é porque realmente tenho de cumprir com a minha missão para comigo mesma, inspirando-te desta forma. Há outra mensagem super importante que te queria deixar: está tudo bem em sentirmos o que sentimos! Não existem emoções positivas nem negativas. Existem emoções que fazem de nós quem somos: Seres Humanos! Está tudo bem termos fases e momentos da nossa vida que nos sintamos mais tristes, com mais angústia, mais alegres, mais ativos. Tudo o que sentimos é a representação exata da nossa humanidade. E não há prova maior da nossa humanidade do que sentir tudo o que há para sentir. Chora, se sentires. Grita, se sentires. Diz não, se sentires. Diz sim, se sentires. Ri, se sentires. Canta, se sentires. Corre, se sentires. Pára, se sentires.




Volto a olhar para o céu e começa cada vez mais a escurecer, relembrando-me mais uma vez da minha missão nesta fase da minha vida: pausar. Pausar para escutar a voz da alma e coração. E como posso fazer isso? Pergunto eu e perguntas tu. Pois bem, diria que o saber estar em silêncio, simplificar e conectar com a minha essência, com as minhas prioridades e com aquilo que me dá mais gosto e vontade de realizar e viver, em presença e amor, fazem toda a diferença nestes momentos. Respirar, estar atento às sensações que o meu corpo está a experienciar, não me preocupar muito com o futuro e ter consciência que tudo o que temos se encontra no aqui e no agora. Ir para a natureza, perceber como voam as nuvens, como cantam os pássaros, como corre a água do rio ou do mar. Não colocar demasiada pressão em mim, saber relativizar as situações, encontrar a paz no meio do caos. Ser, viver e gerir as minhas emoções de uma forma mais livre, leve e consciente, sem realizar qualquer tipo de julgamento, através de pensamentos ou ações. Compreender-me, amar-me, respeitar-me, seja qual for o momento (o sorriso voltou ao rosto e coração). Aproveitar o tempo comigo mesma. Sou a única pessoa que vive comigo desde o início da vida e que viverá até ao final.


E confiar. Confiar muito. Confiar e abrir o coração, sabendo que estas fases do ciclo da vida fazem parte de mim, confiar que são estes momentos de pausa e de recolhimento que me nutrem, confiar que estou sempre a ser guiada e protegida (porque todos estamos!). Respeitar e abraçar tudo o que sinto. Respeitar, acolher e amar a minha humanidade. Porque tudo faz parte, porque está tudo bem.

Questiona-te também tu, se assim sentires. De que forma precisas de te conectar com o teu corpo, mente e alma? O que precisas de fazer para respeitar as vontades do mesmo? O que sentes que precisas de fazer neste momento para a tua evolução humana e para estares mais presente em ti? Não existem respostas certas ou erradas. Existem vontades do teu corpo holístico que precisam de ser correspondidas em amor e presença somente por ti.




Há algo importante também a salientar: não precisamos de estar todos em pausa ao mesmo tempo, não precisamos de estar todos a tocar ao mesmo tempo. Existe um momento para tudo. Existem instrumentos que continuam a tocar enquanto nós estamos em pausa, existem instrumentos que estão em pausa quando nós estamos a tocar. Existem momentos em que todos os instrumentos estão em pausa e existem momentos em que todos os instrumentos estão a tocar. E a melodia continua a ser tocada, nunca pára. Todos têm os seus tempos, os seus momentos, os seus ritmos para tudo. E está tudo certo, pois é nesta orquestra e sinfonia cósmica que a vida acontece! E a melodia continua! E a vida continua!


Anoiteceu. O sol pôs-se. Já não ouço passarinhos a cantar e sim outros animais noturnos. Já vejo as estrelas no céu e a lua e com elas o meu confiar, com elas o meu amor, com elas a minha gratidão, com elas as minhas fases, com elas a música da minha vida e da minha humanidade. Vou recolher. Vou respeitar. Vou pausar. Vou pegar então nos meus instrumentos, vou interpretar músicas, vou brilhar nas notas e vou brilhar nas pausas. Vou respeitar os seus tempos, os seus compassos, as suas sinergias com os outros instrumentos, para que interprete esta fabulosa melodia: vou tocar ao sabor da vida!


Com Magia,


Ana Luísa ♡

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